sexta-feira, 11 de julho de 2008

DALLARI AVISOU

O Azenha (vi o mundo) "ressucita" um artigo publicado na Folha de S. Paulo em maio/2002 de autoria do grande jurista Dalmo de Abreu Dallari. No citado artigo Dallari chama a atenção para a temeridade de ter como ministro do STF um cidadão com o histórico do sr. Gilmar Mendes. Alguns trechos do artigo:

Se essa indicação (de Gilmar Mendes ao STF) vier a ser aprovada pelo Senado, não há exagero em afirmar que estarão correndo sério risco a proteção dos direitos no Brasil, o combate à corrupção e a própria normalidade constitucional. Por isso é necessário chamar a atenção para alguns fatos graves, a fim de que o povo e a imprensa fiquem vigilantes e exijam das autoridades o cumprimento rigoroso e honesto de suas atribuições constitucionais, com a firmeza e transparência indispensáveis num sistema democrático.
É importante assinalar que aquele alto funcionário do Executivo especializou-se em "inventar" soluções jurídicas no interesse do governo. Ele foi assessor muito próximo do ex-presidente Collor, que nunca se notabilizou pelo respeito ao direito. Já no governo Fernando Henrique, o mesmo dr. Gilmar Mendes, que pertence ao Ministério Público da União, aparece assessorando o ministro da Justiça Nelson Jobim, na tentativa de anular a demarcação de áreas indígenas. Alegando inconstitucionalidade, duas vezes negada pelo STF, "inventaram" uma tese jurídica, que serviu de base para um decreto do presidente Fernando Henrique revogando o decreto em que se baseavam as demarcações. Mais recentemente, o advogado-geral da União, derrotado no Judiciário em outro caso, recomendou aos órgãos da administração que não cumprissem decisões judiciais.
Indignado com essas derrotas judiciais, o dr. Gilmar Mendes fez inúmeros pronunciamentos pela imprensa, agredindo grosseiramente juízes e tribunais, o que culminou com sua afirmação textual de que o sistema judiciário brasileiro é um "manicômio judiciário".
A par desse desrespeito pelas instituições jurídicas, existe mais um problema ético. Revelou a revista "Época" (22/4/02, pág. 40) que a chefia da Advocacia Geral da União, isso é, o dr. Gilmar Mendes, pagou R$ 32.400 ao Instituto Brasiliense de Direito Público -do qual o mesmo dr. Gilmar Mendes é um dos proprietários- para que seus subordinados lá fizessem cursos. Isso é contrário à ética e à probidade administrativa, estando muito longe de se enquadrar na "reputação ilibada", exigida pelo artigo 101 da Constituição, para que alguém integre o Supremo.

A comunidade jurídica sabe quem é o indicado e não pode assistir calada e submissa à consumação dessa escolha notoriamente inadequada, contribuindo, com sua omissão, para que a arguição pública do candidato pelo Senado, prevista no artigo 52 da Constituição, seja apenas uma simulação ou "ação entre amigos". É assim que se degradam as instituições e se corrompem os fundamentos da ordem constitucional democrática.
Dalmo de Abreu Dallari

5 comentários:

Anônimo disse...

Essa eu vou ter que postar anônimo, porque não tenho o "HC Platinum" do DD:

FESTA DO ÍNDIO EM BERTIOGA: O prefeito, impichado, PASSOU A SACOLA para juntar R$ 100.000,00 para se livrar. Destinatário: Ministro Gilmar Mendes.

Luiz Augusto Barroso disse...

MENDES É UM SALAFRÁRIO,

Anônimo disse...

PARABÉNS AO SR. JUIZ FAUSTO DE SANCTIS PELA LIÇÃO DE COMPETÊNCIA E MORALIDADE. PENA QUE O STF SEJA UM TRIBUNAL POLÍTICO, E NÃO DE COMPETÊNCIA.

Anônimo disse...

CHEGA DE TANTA ROUBALHEIRA E CORRUPÇÃO, QUEREMOS UM PAÍS JUSTO, O STF DEVIA TER VERGONHA NA CARA E TRABALHAR EM PRÓ DO COLETIVO E NÃO EM FUNÇÃO DOS PODEROSOS. PARABÉNS SR. JUIZ FAUSTO DE SANCTIS, SÃO PESSOAS COMO O SR. QUE AINDA NOS DÃO ESPERANÇA DE QUE UM DIA ALGUMA COISA POSSA VIR A MUDAR!!!!

Anônimo disse...

O Brasil parece fadado à corrupção. Tudo soa tão falso e sujo . . . já não surpreende mais !!! Vou morrer sem ver um F...lha da P...ta desses execrado.