sexta-feira, 1 de agosto de 2008

De Sanctis vai interrogar Daniel Dantas

Deu no blog do Josias de Souzas

De volta das férias, o juiz Fausto Martin de Sanctis marcou para a próxima semana os primeiros depoimentos da Operação Satiagraha.
Daniel Dantas foi intimado a comparecer à 6ª Vara Criminal da Justiça Federal de São Paulo na quinta (7).

Antes dele, o juiz De Sanctis vai inquirir Hugo Chicaroni, na terça (5), e Humberto Braz, na quarta (6).

Será a primeira vez que a trinca deporá diante do juiz. Até aqui, só haviam sido interrogados pela Polícia Federal.

Diante do delegado Protógenes Queiroz, hoje afastado das investigações, Daniel Dantas calou. Fará o mesmo defronte do juiz?

As audiências agora agendadas referem-se apenas a um pedaço do inquérito da Operação Satiagraha.

O pedaço que trata da tentativa de suborno de um delegado da PF por R$ 1 milhão. Dinheiro vindo das arcas do Opportunity, acusa a PF.

Neste caso, documentado pela política em áudio e vídeo, o Ministério Público já formulou uma denúncia.

Foi acatada pelo juiz. Por isso Dantas, Chicaroni e Braz figuram no processo na condição de réus.

Foi justamente essa tentativa de suborno que motivou o segundo pedido de prisão de Daniel Dantas.

Decretada por De Sanctis, a detenção seria revogada horas depois pelo presidente do STF, Gilmar Mendes.

Os outros dois acusados são os únicos encrencados na Satiagraha que permanecem na cadeia.

O Ministério Público está decidido a encaminhar à Justiça novas denúncias.

Os procuradores demoram-se em fazê-lo porque aguardam a conclusão da análise da tonelada de papéis e equipamentos eletrônicos apreendidos em 8 de julho.

Enquanto isso, na comarca de Marabá (PA), a juíza Maria Aldecy de Souza Pissolati determinou, nesta sexta (1), a desocupação das terras paraenses do grupo de Daniel Dantas.

A fazenda encontra-se sob ocupação do MST desde o dia 25 de julho.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Abafa, abafa, abafa!!!

Deu no blog Mundo Progressista:
O noticiário de hoje sobre o caso do Banco Opportunity mais esconde do que revela, mas dá ao cidadão comum, leitor de jornais e revistas, uma idéia de como o Estado brasileiro pode estar contaminado pela corrupção.
Por mais justificativas que ofereça o comando da Polícia Federal, não há como convencer o mais ingênuo dos indivíduos de que os delegados encarregados da Operação Satiagraha foram afastados do caso pelas razões alegadas.
Por mais que se possa discutir o estilo de certas ações policiais, também não há talento capaz de justificar a pressa em alterar a legislação para tornar mais rigorosos os limites da atuação da Polícia Federal e do Ministério Público.
A propósito, ninguém se reuniu em Brasília para discutir o estilo da Polícia Militar, que continua matando inocentes por todo o Brasil.
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quarta-feira, 30 de julho de 2008

Daniel Dantas para presidente

Muito mais que uma sátira, uma proposta real da revista NovaE. A idéia simboliza um Brasil sem máscaras, tão comum para encobrir fatos, intenções, movimentos sinistros e articulações de bastidores surgidos diante da prisão de admirável figura da nossa República.
Mas por que presidente?
Dantas pode disputar eleição por uma coligação inédita que reúna PT, PSDB, PMDB e DEM, com certeza não faltarão votos na convenção dos partidos. Com a coligação aprovada, também não faltarão estratégias de comunicadores, apoios de diversas áreas da sociedade, principalmente aqueles setores que se acostumaram a não ter seus interesses contrariados, muito menos falta de recursos financeiros, todos eles devidamente declarados.
Dantas eleito, enfim, um Brasil real, sem subterfúgios, diretamente a serviço do interesse de uma minoria, com apoio incontestável do congresso nacional e, principalmente, de ex-presidentes. - Dantas seria, enfim, um presidente que saberia de todas as coisas com um nível de Inside Information nunca antes visto na história da República. Jamais diria "eu não sabia".
Na “Era Dantas”, enfim, executivo, legislativo, judiciário viverão em harmonia, como nunca antes no Brasil, pela razão do país ter um presidente sintonizado como as mais profundas necessidades dos poderes. - Os grandes meios de comunicação, enfim, vão poder aplaudir, uníssono, uma República construída com a “mão invisível” dos mercados.
Com Dantas presidente, enfim, a Polícia Federal vai voltar a cuidar daqueles que nunca deveria ter deixado de lado: os desprovidos de advogados, de acesso à justiça e a harbeas corpus, além de ações na bolsa.
Com Dantas presidente, um novo pacto social vai surgir no horizonte da Pátria, com todos os atores sociais encarando de frente um fato inconteste: Daniel Dantas é o que representa melhor o poder no Brasil e para a grande maioria quem de fato manda no Brasil.
E você? Como você visualiza Dantas presidente? Manifeste-se. Participe deste momento único.

terça-feira, 29 de julho de 2008

"Valentes" do Congresso Nacional se calam diante do caso Daniel Dantas

Deu no Terra Magazine (Por Janio Ferreira Soares)

Sertão baiano, meio dia de um julho cinzento. Encontro-me com João Vaqueiro, 80 anos, e lhe pergunto por que tanta pressa. Puxando da perna e ajeitando o surrado chapéu que lhe confere um ar de Lee Van Cleef desarmado, ele me responde com outra pergunta. Quer saber o que eu achei das últimas prisões feitas pela Polícia Federal. Quando eu me preparo para responder, ele ordena: "escreva alguma coisa!", e segue dando uma gostosa risada, agora lembrando um caubói manco caminhando em direção a estribaria.
São Paulo, madrugada fria do mesmo mês. A Polícia Federal em mais um dos seus midiáticos espetáculos, prende o ex-prefeito Celso Pitta e o investidor Naji Nahas. Os dois, apesar de alguma fama, são apenas coadjuvantes de mais esse complicado enredo tupiniquim. Todos os holofotes só querem saber do ator principal, Daniel Dantas, também preso no Rio de Janeiro. Os três, já soltos, claro, são os mais novos alvos dos papos de botequim, que até bem pouco discutiam mensalões, zuleidos e valérios. A fila anda.
Brasília, planalto central, umidade do ar meio mussarela, meio calabresa. Homens de ternos e togas duelam silenciosamente com seus colts carregados de balas de festins. Experientes, eles sabem que nenhum estilhaço pode ameaçar a tranqüilidade do xerife e de seus homens de ouro, que a essa altura viram doses de scoth no meio do saloon, indiferentes a qualquer lei, seja ela seca, molhada ou quiçá úmida. Afinal, eles são as regras e suas vertentes. Talvez se existissem bafômetros para detectar cifrões roubados a conversa fosse outra. Mas, por enquanto, a única preocupação dessa turma é manter quieto o poderoso Dantas, que traz no seu alforje muito mais que dólares furados.
O banqueiro baiano já insinuou que se contar o que sabe derruba de Collor pra cá sem disparar um único tiro. Essa sua tranqüilidade me faz lembrar um xará seu chamado Daniel Boone, que nos anos 70 fazia o maior sucesso na TV.
Boone, com seu impecável chapéu de pele de castor, morava num lindo vale da região do Kentucky com sua esposa Rebecca, seus filhos e mais o índio Mingo. Ele sim, era um mocinho de verdade que botava pra quebrar em cima dos bandidos que ameaçavam a lei e a ordem do lugar.
Você deve estar se perguntando o que os dois têm em comum. Tenho pra mim que é uma certa machadinha. Quem conhece o seriado lembra que, na abertura, Boone a arremessava em direção a uma árvore, rachando-a ao meio. Exatamente como Dantas ameaça fazer com a República.
É por isso que a maioria dos parlamentares, tucanos à frente, está completamente quieta. Onde estão os valentões que ameaçavam CPIs por qualquer tapioca recheada ou caseiro violado? Escaldados, eles sabem muito bem o poder de corte dessa poderosa machadinha. Arremessada com destreza ela pode cortar, além de árvores, velhas cabeças coroadas que se equilibram sobre pegajosos pescoços há séculos e que sempre balançam, balançam, mas nunca caem.