sexta-feira, 25 de julho de 2008

O banqueiro por trás da República

Retirado do blog Mundo Progressista:
Soteropolitano de nascença, Daniel Valente Dantas intercala inglês e português nas ligações interceptadas pela Polícia Federal sob autorização judicial. "Não, foi isso que o mister Confort foi...foi falar com... falou com mister Cardoso. Aí, o que que acontece, então ajudou no fundo a persuadir o governo a simular o private equit no Brasil". De família tradicional baiana, foi colocado em contato com investidores estrangeiros por meio de seu mestre, Mário Henrique Simonsen, por cinco anos ministro da Fazenda da ditadura militar. Sem nunca ocupar cargos públicos, conviveu nas colunas sociais e se beneficiou dos bastidores dos governos Fernando Collor e Fernando Henrique. Tentou – ao custo de R$ 158 milhões, espionagem e manipulação da mídia – manter suas benesses ou pelo menos a impunidade durante o governo Lula. Até agora, mesmo com o trabalho corajoso e "descontrolado" da Polícia Federal, parece que vai conseguir. A seguir, um resumo dos quase 20 anos da carreira do banqueiro e fazendeiro brasileiro que melhor representa a ligação das elites nacionais com o capital estrangeiro, o Estado brasileiro e a mídia tupiniquim.
Dantas formou-se em engenharia civil pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), mas fez pós-graduação em economia pela Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro (FGV-RJ), onde foi aluno de Simonsen. Este também integrou a diretoria do Citibank – que por anos foi o principal detentor de títulos da dívida externa brasileira – antes de formar seu próprio banco: o Bozano,Simonsen. O ex-ministro apresentou-lhe a um conterrâneo seu, Antonio Carlos Magalhães, como "o melhor economista que ele conhecia e seu melhor aluno".
Do relacionamento com ACM, veio o primeiro convite a ocupar cargo público. "Procurei ver se levava para a Bahia o Sr. Daniel Dantas, por intermédio do Sr. Mário Henrique, para ser presidente do Banco do Estado. Não consegui. Ele já estava entrosado em negócios particulares", disse ACM, em discurso no Senado.
Também por ACM, teria a oportunidade de recusar seu segundo convite. O senador baiano apresentou-o ao então presidente eleito Fernando Collor. O Jornal Nacional, na época, informou que Dantas havia sido convidado para o Ministério da Fazenda. O banqueiro teria recusado o convite. O economista Carlos Eduardo Carvalho, que participou da primeira campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, atribui a Dantas a idéia de confiscar a poupança da população brasileira. Em sua auto-biografia, Collor admite ter discutido a idéia em uma reunião com Dantas e André Lara Resende – que participaria da elaboração do Plano Cruzado e Real. Mas Dantas teria se colocado contra. De qualquer forma, ele foi dos poucos privilegiados que retirou seus investimentos do mercado financeiro dias antes do confisco e aplicou em outros bens.
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Privatizações da era FHC deram fôlego à promiscuidade entre público e privado

Retirado do blog Mundo Progressista:

A operação Satiagraha da Polícia Federal explicita algumas características que estruturaram a fundação da sociedade brasileira: a promiscuidade entre agentes públicos e privados e o ranço patrimonialista que permanece vigente nas relações políticas e econômicas. Essa é a avaliação de especialistas consultados pela reportagem.
A afirmação dos analistas tem como base o livre trânsito do banqueiro Daniel Valente Dantas em boa parte das esferas de poder da República e a facilidade com que concretiza negócios em seu favor, com a conivência do poder central, quando não com o seu apoio irrestrito.
Se a sociedade brasileira foi fundada com esses preceitos, as privatizações iniciadas no período do governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) praticamente legalizaram as ações para fins privados dentro do setor público. Os mandatos FHC também foram responsáveis por alavancar Dantas à condição de um dos homens mais poderosos do Brasil.

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quarta-feira, 23 de julho de 2008

Peixinhos e tubarões (por Frei Betto)

Publicado no Correio da Cidadania:

Angélica Aparecida de Souza Teodoro, 18 anos, mãe de um filho de dois anos, estudou apenas o 1º. grau. Trabalha como empregada doméstica, mas encontrava-se desempregada, ao ser presa, em novembro, dentro de um mercadinho do Jardim dos Ipês, na capital paulista, acusada de roubar uma lata de manteiga da marca Aviação, de 200 gramas, no valor de R$ 3,10. Levada para o 59º Distrito Policial, conhecido como Cadeião de Pinheiros, recebeu voz de prisão do delegado Marco Aurélio Bolzoni.

Por subtrair mercadoria no valor de R$ 3,10, Angélica passou na prisão o Natal, o Ano-Novo e o Carnaval, pois o Tribunal de Justiça de São Paulo, ao analisar o pedido de defesa da doméstica, o indeferiu. Angélica foi solta dia 23 de março, mais de quatro meses depois, graças à liminar do ministro Paulo Gallotti, do Superior Tribunal de Justiça, em Brasília.

O Brasil e sua Justiça parecem postos de cabeça para baixo. Há uma inversão total de valores e critérios. Artigo completo AQUI.

Senador Heráclito Fortes pede prisão de Protógenes

Deu no site Congresso em Foco:

O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) pediu hoje (22) a prisão do delegado da Polícia Federal (PF) Protógenes Queiroz, responsável pela Operação Satiagraha afastado das investigações desde a semana passada.
O pedido de prisão foi feito por meio de duas representações, uma na própria PF e outra junto ao Ministério da Justiça. O advogado de Heráclito, Décio Lins e Silva, alega que é criminosa a divulgação, por Protógenes, de trechos das investigações em que o nome do senador é citado. A intenção das representações, além da punição ao delegado, é impedir novos vazamentos de informações sigilosas. De acordo com os documentos ajuizados pela defesa, o vazamento constitui “violação de sigilo funcional” – o que, segundo o artigo 325 do Código Penal, pode resultar em pena de seis meses a seis anos de cadeia.
Em grampos autorizados pela Justiça, interlocutores do grupo de Dantas citam Heráclito como um senador que ajudava a atuação do Opportunity. Contudo, o senador não se intimidou e tem manifestado a intenção de processar Protógenes por cada um dos crimes que teriam cometidos pelo delegado contra ele. Para Heráclito, o delegado tentou humilhá-lo, coagi-lo e difamá-lo, além de prejudicar a imagem de um homem público “pautado pela ética e disciplina".
Segundo informações da assessoria de Heráclito, seu advogado está em São Paulo para obter cópia do inquérito em curso na PF, a fim de deixar o senador a par das investigações. O acesso aos autos do inquérito foi propiciado a Heráclito por determinação do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, atendendo a pedido do próprio senador.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Pedido de impeachment do presidente do STF é arquivado

Deu no Mundo Progressista:

Vários meios de comunicaçao acabam de noticiar que o presidente do Senado, Garibaldi Alves, mandou arquivar o pedido de impeachment contra o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes. A denúncia foi feita pela CUT do Distrito Federal e acusava Mendes de cometer crime de responsabilidade ao conceder habeas corpus ao empresário Daniel Dantas.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Manifestantes em São Paulo pedem impeachment de Gilmar Mendes

Agência Brasil

São Paulo - Manifestantes fizeram na manhã de hoje (19), em São Paulo, um protesto pedindo o impeachment do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. Além do protesto, eles assinaram um manifesto que pretendem encaminhar ao Senado Federal pedindo a saída do presidente do STF.

NOVA ENQUETE

Votem na nova enquete do blog "Apoiamos o juiz federal Fausto De Sanctis". (A enquete está na coluna da direita)

Dantas dá as cartas

Deu no Terra Magazine (por Wálter Maierovitch):

Com o delegado Protógenes Queiroz afastado, Daniel Dantas ganhou a terceira cartada. As duas anteriores foram os habeas-corpus liberatórios.
Agora, Dantas joga em duas frentes. Precisa afastar o juiz Fausto De Sanctis e, para isso, já argüiu no processo criminal o seu impedimento por falta de imparcialidade. Se o juiz recusar a exceção de suspeição, caberá ao Tribunal Regional Federal apreciar essa matéria.
A outra cartada já foi dada. Ao apreciar o pedido do senador Heráclito Fortes (DEM-PI) de acesso às apurações (habeas-datas), o ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), considerou-o investigado.
Como Heráclito é investigado, haverá, em breve, avocação dos inquéritos e do processo criminal ao STF, pois o senador tem foro privilegiado. Aí, De Sanctis estará definitivamente afastado.
Para arrematar, a força-tarefa instituída para apurações, com grande número de envolvidos, poderá se transformar em fonte permanente de vazamentos.
PANO RÁPIDO
. Dantas continua com o jogo na mão. E a dar as cartas
.

Daniel Dantas e o Brasil

Trechos do artigo publicado na Carta Capital (por Mino Carta):
A máxima do príncipe de Salina, “muda-se alguma coisa para não mudar coisa alguma”, no Brasil tem uma versão peculiar: “Deixa como está para ver como fica”. A primeira é vincada pelo cinismo e pela certeza na afirmação perene da lei do mais forte. A verde-amarela contém na receita uma larga pitada de medo. Sabemos o que, entre nós, significa amarelar.
(...)
Muitos graúdos nativos estão com medo neste exato instante, basta um mínimo de interesse para senti-lo. Esperam que tudo fique como está, que o amarelo se sobreponha ao verde, e isto vale sobretudo para quem conhece o significado das cores. CartaCapital faz sua aposta na linha contrária, e reforça a idéia de que alea jacta est, os dados estão na mesa. A esta altura, é impossível voltar atrás no processo precipitado pela operação que incrimina Daniel Dantas e Cia.
(...)
Permito-me dizer, de saída, que, no entendimento de CartaCapital, o juiz De Sanctis e o delegado Protógenes são atípicos e galgam corajosamente a poeira da rua principal. Se o relatório já conhecido de autoria do delegado, capaz de embasar as primeiras decisões do juiz, não tem a necessária substância na parte que diz respeito aos envolvimentos da mídia, em compensação é mais do que suficiente para exibir a profundidade do mal, a gravidade da situação, as responsabilidades compartilhadas pelos donos do poder.
(...)
CartaCapital insiste: estamos só no começo. Nada impede que a máxima do príncipe de Salina vingue como sempre. O homem não é um bicho confiável. Mas antes, acreditamos, virá um vendaval.