segunda-feira, 21 de julho de 2008

Daniel Dantas e o Brasil

Trechos do artigo publicado na Carta Capital (por Mino Carta):
A máxima do príncipe de Salina, “muda-se alguma coisa para não mudar coisa alguma”, no Brasil tem uma versão peculiar: “Deixa como está para ver como fica”. A primeira é vincada pelo cinismo e pela certeza na afirmação perene da lei do mais forte. A verde-amarela contém na receita uma larga pitada de medo. Sabemos o que, entre nós, significa amarelar.
(...)
Muitos graúdos nativos estão com medo neste exato instante, basta um mínimo de interesse para senti-lo. Esperam que tudo fique como está, que o amarelo se sobreponha ao verde, e isto vale sobretudo para quem conhece o significado das cores. CartaCapital faz sua aposta na linha contrária, e reforça a idéia de que alea jacta est, os dados estão na mesa. A esta altura, é impossível voltar atrás no processo precipitado pela operação que incrimina Daniel Dantas e Cia.
(...)
Permito-me dizer, de saída, que, no entendimento de CartaCapital, o juiz De Sanctis e o delegado Protógenes são atípicos e galgam corajosamente a poeira da rua principal. Se o relatório já conhecido de autoria do delegado, capaz de embasar as primeiras decisões do juiz, não tem a necessária substância na parte que diz respeito aos envolvimentos da mídia, em compensação é mais do que suficiente para exibir a profundidade do mal, a gravidade da situação, as responsabilidades compartilhadas pelos donos do poder.
(...)
CartaCapital insiste: estamos só no começo. Nada impede que a máxima do príncipe de Salina vingue como sempre. O homem não é um bicho confiável. Mas antes, acreditamos, virá um vendaval.

2 comentários:

Anônimo disse...

RADIOGRAFIA DO PIG: ATTUCH, JARDIM, MAINARDI, GUILHERME BARROS

Paulo Henrique Amorim


. O Supremo Presidente Gilmar Mendes, o Ministro Abelardo Jurema (da Justiça), o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (do PT de São Paulo – PT de São Paulo ?, opa, cuidado !), os editorialistas do PiG, o Dr. Toron (aquele da algema: bom era quando algema era para pobre, preto e p...) – esses são os que condenam de forma veemente o vazamento de informações para a imprensa.

. Obter um vazamento é uma obrigação do jornalista.

. No Brasil, onde a elite branca (e separatista, no caso da elite de São Paulo) e o PiG se protegem atrás de falsas premissas moralistas, o vazamento é pecado.

. O vazamento da jornalista Andrea Michael da Folha (da Tarde *), que deu a dica para Daniel Dantas se proteger com o Supremo Presidente Gilmar Mendes, esse, para o PiG, é um direito inalienável da imprensa livre.

. Os outros vazamentos, que mostram os ricos na hora em que são algemados – isso, não !

. Isso atenta contra a liberdade de imprensa (*2).

. O vazamento faz parte daquela escola famosa: “o sol é o melhor desinfetante”.

leia todos os detalhes, se tiveres estômago:

http://www.paulohenriqueamorim.com.br/forum/Post.aspx?id=421

Anônimo disse...

Gilmar Mendes precisou de mobilização tucana para ter nome aprovado

Folha de São Paulo - DA SUCURSAL DE BRASÍLIA - 21/07/08

Dos 11 ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) em atividade, Gilmar Mendes foi o que mais sofreu contestação para assumir o cargo. Foram 15 votos contrários durante a análise de sua indicação pelo plenário do Senado -o triplo de rejeição que sofreu o segundo colocado, ministro Eros Grau, com cinco reprovações.


A indicação do nome de Mendes pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi avaliada em maio de 2002 pelo Senado. Na presidência do STF no período, Marco Aurélio Mello declarou que Mendes teria de "superar o desafio".


Registros do Senado mostram que a base de apoio ao governo tucano se mobilizou para garantir aprovação do de Mendes para o cargo. Diferente do usual no caso de indicação de autoridades, o quórum da sessão foi alto, com 72 dos 81 senadores presentes. Os governistas garantiram 57 votos favoráveis contra os 15 contrários.


Na época, o senador Eduardo Suplicy (SP) chegou a chamá-lo de "jurista de extração conservadora" em discurso no plenário, mas, semana passada, elogiou o encontro de Mendes com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. (ADRIANO CEOLIN)