segunda-feira, 1 de setembro de 2008

O grampo da ABIN no gabinete do presidente do STF

Por que a ABIN grampearia Mendes, se por mais que descobrissem algo gravíssimo sobre ele, não seria nada, comparado ao fato de ter sido grampeado o presidente de um dos Três Poderes? Se descobrissem, por exemplo (e não estou insinuando nada), que o ministro é pedófilo, gay e pratica um canibalismo estilo Bokassa, ainda assim ficaria pior o governo por tê-lo grampeado. A revelação da existência do grampo encobriria o conteúdo do que viesse a ser divulgado.
Admitindo-se que o governo grampeasse o ministro apenas para obter informações de seu interesse, sem divulgá-las, vem a seguinte pergunta: Precisaria o governo grampear o presidente do STF para saber o que ele pensa, que apito toca, que camisa veste, se isso está claro, claríssimo, em toda a trajetória de Gilmar Mendes, desde antes de ser ministro do Supremo, quando foi advogado-geral da União no governo FHC e defendeu tudo aquilo que foi praticado no “limite da irresponsabilidade”? O que descobriria de novidade, que não estivesse contido no já famoso artigo do jurista Dalmo Dallari?
Pra finalizar: que diabo de grampo é esse que, ao final, vaza para a Veja um diálogo entre Mendes e Demóstenes Torres, um dos principais senadores oposicionistas (ambos recentemente envolvidos até o pescoço com o caso Daniel Dantas), onde os dois saem na fita de tal modo puros, pios, honestos e angelicais, como se fosse um copy & paste de um diálogo entre o papa e madre Teresa de Calcutá?...
No entanto, como era de se esperar, no dia de hoje nossa mídia corporativa só trata disso, aparentando surpresa e indignação, quando está apenas repetindo o velho esquema: a Veja solta a pretensa bomba, o JN repercute, os jornalões reproduzem no domingo e durante a semana suítam. Depois o assunto vai sumindo para as páginas internas, até cair no esquecimento, cumprindo assim sua motivação essencial, que não é buscar a verdade, nem ao menos esclarecer algo, mas apenas vender jornal, revista e espaço publicitário - aquilo que Ali Kamel chama de “jornalismo independente”.

Um comentário:

Deforti disse...

Tiraram o Presidente da Abin para dar garantias aos pulhas do poder.
Armaram um estória fantasiosa para liberar a pilhagem feita por esses fariseus dos poderes instituidos.
O Lula e o PT fizeram pós com o Maluf e o Daniel Dantas, mas em matéria de corrupção superou a todos. A oposição vai dizer o que, se nesse filme não tem mocinho e a moral da história é que dinheiro público não tem dono, ou melhor, é de quem mandar pra conta secreta primeiro.

Saiu uma matéria sobre essa farsa democrática bem curiosa, a farra nas doações de campanhas são pra lá de estranhas. Nas doações feitas pelo prórpio partido, não se sabe a procedência, a maioria dos partidos tem esse fato bem sinistro, da onde vem essa grana que os partidos conseguem para doar para suas campanhas, empresas que devem milhões em impostos, são grandes doadoras de campanhas, inclusive campanha do Partido Comunista, históricamente avesso aos empresários. Os bancos que faturam bilhões doam cada vez mais para todos os partidos, não jogam pra perder. As estatais são usadas para desvio de bilhões do dinheiro público para os partidos políticos, não é por menos que disputam cada indicação pelo controle dessas empresas e muitos ficaram revoltados com algumas privatizações que diminuiu o volume do desvio do erário.
Reforma política pra acabar com a vigarice, essa corja nem quer ouvir falar. Acabar com o sigilo bancário internacional que poderia botar todos na cadeia, isso nem se fala. Se isso fosse feito, acho que não teria nenhum político pra disputar as eleições.

Esse crime organizado e corrupção institucionalizada é de fazer inveja a qualquer PCC. Isso que é o Brasil, uma República das Bananas.

http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac18587,0.htm
Com Leonardo Goy, Marcelo Auler, Wilson Tosta, Vannildo Mendes e Alexandre Rodrigues

Entre os que se beneficiaram desse esquema estariam integrantes do PT e políticos de vários partidos, entre os quais os ex-governadores do Rio Rosinha Matheus e Anthony Garotinho, seu marido. Nogueira frisou que não tem mais dúvida do envolvimento do casal Garotinho no escândalo. Ele informou que a PF, ao se deparar com indícios de um crime, tem o dever de ofício de investigá-lo.

A informação do delegado contraria declaração dada na quinta-feira, 12, pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, segundo a qual a investigação da PF não tem relação com doações eleitorais dos envolvidos no esquema de corrupção descoberto na Petrobras.

As empresas do grupo desmantelado pela PF fizeram doações superiores a R$ 1,8 milhão ao PT e a candidatos petistas, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.